A pesquisa científica da estudante de Engenharia Química da FAHOR, Camila Katzer e do professor Rafael Schneider, foi aprovada para a 3ª Mostra de Trabalhos da Engenharia Química, na URI de Santo Ângelo.
Camila explica que o artigo trata do “Processo de fabricação de tijolo com adição de lodo”, já que ele é um resíduo gerado em diversas atividades industriais e tem se mostrado um grande problema no Brasil.
“Em especial o acúmulo de lodo de mineração em barragens já provocou dois grandes desastres ambientais, com potencial de novas ocorrências. Considerando a necessidade de dar um destino ao lodo gerado não só na mineração, mas também em estações de tratamento de afluentes e efluentes, essa pesquisa foi realizada junto a um estudo de campo, para avaliar a possibilidade de adicionar o lodo gerado no processo de fabricação de tijolos cerâmicos”, comenta a estudante.
A proposta é fazer com que este resíduo seja misturado com argila, extraída de jazidas, a fim de adicionar na massa para fabricação de tijolos cerâmicos. “A mistura deste material não irá diminuir a geração de lodo, mas irá dar um novo destino para o resíduo, ao transformá-lo em matéria-prima, quando, normalmente, o lodo é depositado em aterros ou encaminhado para compostagem. Entretanto, a extração de argila, que ocorre em grande quantidade, causa danos ambientais quando extraída, ao alterar ecossistemas da região onde se encontram. Desta forma, a incorporação do lodo no processo irá trazer benefícios tanto para a empresa geradora, que irá diminuir custos da destinação e descarte deste resíduo, e reduzir a quantidade de argila extraída”, explica a estudante.
Quanto ao produto originado desta nova mistura a pesquisa aponta que a adição do lodo não irá diminuir a qualidade do tijolo e o processo de fabricação não irá necessitar grandes alterações, além de contribuir nas questões ambientais e econômicas.
O professor Rafael também complementa que essa mistura não causa nenhum malefício às pessoas, na utilização deste tijolo, pois os possíveis metais pesados ficam aprisionados dentro da matriz cerâmica. “Nos corpos d'água, em caso de vazamentos, o problema está na dissolução desses componentes na água a ser utilizada para o consumo ou para a irrigação”, destacou.