Os biodigestores são equipamentos utilizados para a produção de energia renovável na forma de biogás. No processo de biodigestão ocorre a decomposição da matéria orgânica por bactérias metanogênicas, que na ausência de oxigênio, produzem o biogás, rico em metano (CH4). A utilização do biogás depende da sua pureza em relação ao metano, entretanto, pode ser utilizado tanto para geração de energia elétrica e térmica, como na forma de gás combustível.
Os primeiros biodigestores foram inventados em 1806, na Inglaterra, pelo químico britânico Humphrey Davy, que identificou a produção de um gás rico em carbono e dióxido de carbono resultante da decomposição de dejetos de animais em ambientes úmidos. O processo de biodigestão foi muito difundido no período da Segunda Guerra Mundial entre os países europeus, substituindo-se derivados de petróleo por biogás, por meio da queima direta e uso em veículos. Entretanto, no Brasil, somente a partir da crise energética deflagrada em 1973, a utilização de biodigestores passou a ser uma opção, tendo em 1979, o primeiro biodigestor instalado no país, na granja do Torto em Brasília.
Entre os principais modelos de biodigestores estão o chinês, o indiano e o canadense, sendo os dois primeiros os mais comuns. Em geral, todos são compostos por basicamente duas partes: um recipiente que abriga e permite a digestão da biomassa e o gasômetro, para armazenamento do biogás produzido.
Considerando a proposta de pesquisa relacionada à produção de energias oriundas de fontes renováveis, a Faculdade Horizontina possui um biodigestor instalado no Campus, com capacidade de produção atual de 1 m3 de biogás. O grupo de pesquisas que envolve professores e estudantes tem realizado pesquisas bibliográficas, testes e análises de diversas situações que envolvem o funcionamento do equipamento, buscando melhorias e estudando o comportamento do uso de novas tecnologias.
Entre as vantagens relacionadas ao processo de biodigestão pode-se destacar:
- A capacidade de produção de energia renovável a partir de uma fonte alternativa, que, consequentemente, pode vir a trazer retornos financeiros pela venda de créditos de carbono;
- O processamento e destinação de resíduos orgânicos (provenientes dos setores urbano e/ou agropecuário); que por consequência, minimiza a proliferação de vetores, elimina consideravelmente o odor exalado dos resíduos animais e reduz a emissão de gases poluentes para a atmosfera;
- A produção de um subproduto com alta qualidade para utilização como adubo orgânico para fins agrícolas, melhorando as características físicas, químicas e biológicas do solo, além de realizar um papel importante na proteção das plantas contra pragas e doenças e;
- A opção de distribuição da energia gerada pelo processo ou armazenagem para uso posterior.
As pesquisas nesta área na Faculdade Horizontina envolvem professores e estudantes de diversos Cursos, como Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia Ambiental, de Alimentos e de Controle e Automação.
Fonte:
BEZERRA, K. L. P.; FERREIRA, A. H. C.; CARDOSO, E. de S.;, MONTEIRO, J. M.; AMORIM, I. S.; JÚNIOR, H. A. de S.; SILVA, R. N. da. Uso de biodigestores na suinocultura. Revista eletrônica Nutritime. Vol. 11, setembro/outubro 2014.SEADI, T.A.; RUTZ, D.; PRASSL, H.; KÖTTNER, M.; FINSTERWALDER, T.; VOLK S.; JANSSEN, R. Biogas handbook. Esbjerg: University of Southern Denmark Esbjerg, ISBN 978-87-992962-0-0, 2008.
ESTUDO SOBRE A POSSIBILIDADE DE PRODUZIR BIOGÁS PROVENIENTE DE RESÍDUOS DA AGROPECUÁRIA NO ESTADO DO TOCANTINS - Scientific Figure on ResearchGate. Available from: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Ilustracao-da-producao-de-biogas_fig1_335375927 [accessed 10 Dec, 2019].