Há um ano, o estudante de Engenharia de Produção da FAHOR, Eduardo Schoninger, realizava uma grande aventura pessoal e profissional. Em 2019, o jovem reuniu sonhos, objetivos e a vontade de conhecer novos mundos e viajou para a Austrália, onde ficou de fevereiro a julho num intercâmbio.
Eduardo conta que na época, a decisão foi tomada a partir de algumas situações que considerou a opção como um grande aprendizado. Com o passar do Curso, nas aulas e conhecendo a atuação profissional de engenheiro, percebeu a importância de conhecer outras culturas. “Eu e meu colega Leandro Dalcin, já formado, começamos a pensar num intercâmbio juntos, pelas oportunidades que se apresentavam. Viajamos até Passo Fundo pra conhecer a empresa e então começamos a nos organizar. Contudo, ele trocou de emprego e no fim, viajamos separados, eu para a Austrália e ele para os Estados Unidos”, relembra Eduardo.
“Alguns pontos que levei em consideração foi o mercado de trabalho, a importância do conhecimento de uma língua estrangeira e a experiência e crescimento pessoal. Fechei o intercâmbio com a Agência de Intercâmbio Egali de Passo Fundo. Eles me auxiliaram na compra do Curso de Inglês, para obter o visto e na compra das passagens aéreas. Eles também tinham um escritório lá em Sydney para ajudar os intercambistas”, explica o estudante que cursa o 9º semestre.
Eduardo conta que fez Curso de Inglês por 21 semanas, na Universal English College, de segunda a sexta- feira, cinco horas por dia. “Eu tinha aulas no período da manhã e mais um pouco a tarde, até às 15 horas. Depois, eu estava liberado. Então eu fazia Uber Eats, em torno de 4 a 5 horas por dia. O Uber Eats funciona como um aplicativo de entrega de pedidos de comida, conectando restaurantes e consumidores através dos entregadores. Porém eu fazia de bicicleta elétrica, com horários bem flexíveis, por isso consegui estudar no período diurno e à noite, ou após o término das aulas eu podia trabalhar fazendo Uber . Na época em que eu estava lá, foi o que me manteve, conseguindo pagar minhas contas e gastos, não precisando mandar dinheiro do Brasil para lá. E é claro, o governo australiano permitia que o estudante trabalhasse 20 horas por semana”, destaca Eduardo.
Eduardo também explica que levou aproximadamente dois anos planejando a viagem, para conseguir quitar as mensalidades do Curso de Inglês e outras despesas do Intercâmbio. “Uma parte do salário que eu ganhava eu destinava para o intercâmbio e o restante meu pai me ajudava. Sendo que foi ele quem sempre me incentivou e ajudou para que eu conseguisse ter essa experiência. Eu também vendi uma moto para juntar o valor total das passagens”, revela Eduardo.
A partir de sua experiência longa no país, Eduardo afirma que o Brasil precisa se desenvolver muito ainda. “Posso afirmar que o nosso país está parado no tempo, as coisas aqui não funcionam. Realmente lá na Austrália é outro "mundo", com uma qualidade de vida muito melhor que aqui”, destaca o jovem.
Agora, nesse período de pandemia, Eduardo mantém contato com alguns intercambistas que conhecem em Sydney, “As pessoas que estão na Austrália dizem que ficou complicado agora com a pandemia, pois quem trabalhava teve as horas reduzidas, como também seus salários. E outros tiveram seus serviços cancelados. Já um conhecido que mora na Coreia, me disse que está somente em casa, cumprindo a quarentena e que não está havendo aulas no momento”.
Eduardo diz que não se arrepende e faria tudo de novo para vivenciar o Intercâmbio. “O que mais gostei dessa experiência foi conhecer uma nova cultura e também poder trocar experiências e conhecer pessoas de outras várias partes do mundo, em um único país. Especialmente sair da zona de conforto, ou seja, deixar bens e os familiares para viver essa experiência em um lugar que nunca havia visitado. Talvez eu repita, mas com minha companheira que torceu muito por mim na época e gostaria que ela também tivesse essa experiência”, encerra Eduardo.