A estudante do Curso de Engenharia de Produção da FAHOR, Gabriela Balz, orientada pela professora Ivete Rupenthal, desenvolveu uma pesquisa na propriedade rural da sua família, que faz parte da agricultura familiar. A agricultura familiar representa hoje 33,2% da economia brasileira e nesse tipo de negócio rural, a tomada de decisão depende única e exclusivamente do produtor rural, muitas vezes baseado em sua intuição.
Foi neste contexto que a pesquisa da Gabriela ganhou vida, utilizando a programação linear. No estudo, a futura Engenheira de Produção desenvolveu um modelo matemático de programação linear para auxiliar o proprietário na tomada de decisão acerca de quais culturas e quantos hectares devem ser semeados, buscando a maximização da receita. “Com esse estudo observou-se a oportunidade de elevar o lucro da propriedade em até 13,7%, apenas remanejando a quantidade de hectares cultivados e substituindo as culturas do trigo e aveia, pela canola”, destacou a estudante.
Gabriela relata que os dados foram coletados por meio de observação, pesquisa documental, entrevistas com o produtor e com um técnico agrícola. A análise dos dados foi realizada através do Excel, e para a resolução do modelo matemático utilizou-se o suplemento Solver.
“De acordo com os resultados obtidos, atualmente são cultivados 60 hectares de trigo e 20 hectares de milho. Após o fim do ciclo dessas culturas, os 60 hectares recebem a cultura de soja safra, enquanto que nos outros 20 é semeada a soja safrinha. A partir das análises, observou-se que os 60 hectares que seriam ocupados de trigo devem ser substituídos pela canola, o restante, mantém-se inalterado. Assim, com a combinação destas culturas é possível aumentar a receita da propriedade. Conclui-se que a programação linear é uma ferramenta que pode auxiliar e dar suporte aos produtores na tomada de decisão”, descreveu Gabriela.
A estudante afirma que o tema foi escolhido principalmente pela familiaridade com o assunto e pela vontade de pode ajudar seu pai, já que o estudo foi realizado na propriedade da família. “Os resultados obtidos com o trabalho foram positivos, pois mostram que é possível aumentar a margem de contribuição da propriedade mesmo ela já apresentado bons resultados, se comparados com a média produzida no estado. E também pode ser aplicado este estudo em qualquer propriedade, independente de quais culturas são cultivadas”, destaca Gabriela.