O butiá é um fruto da família das palmeiras, com aproximadamente 21 espécies distribuídas na América do Sul, principalmente no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Na região Noroeste do Ri Grande do Sul, segundo estudos da Embrapa, predomina o Butia yatay.
Os butiazais estabeleceram conexões com a cultura e a história das pessoas que habitam o território sulista do Brasil, tornando-se uma fruta originária conhecida e familiar aos habitantes do estado e região e, quem conhece o Campus da FAHOR, já deve ter visto e experimentado algumas frutas desta planta, espalhada pelos nossos jardins.
Apesar de ser comumente utilizado na produção de alimentos e bebidas, o butiá surge como uma alternativa também, na formulação de cosméticos hidratantes de alta qualidade. E este é o objetivo da pesquisa da estudante de Engenharia química da FAHOR, Bruna Czapla, no seu Trabalho de Finalização de Curso. Embora seja uma fruta nativa da nossa região e muito consumida, há poucos estudos com a amêndoa do Butia yatay.
“A possibilidade de aplicação em hidratantes se dá pelo fato de que o butiá possui características químicas importantes, como por exemplo carotenóides (antioxidantes), vitamina A, potássio, ferro e vitamina C. Além disso, no interior da semente há uma amêndoa comestível que contêm um óleo de alta qualidade, podendo ser utilizado no desenvolvimento de novos produtos nas indústrias alimentícias, farmacêuticas e de cosméticos”, explica a estudante.
A primeira etapa do trabalho teve como objetivo remover o óleo da amêndoa do Butia yatay por prensagem a frio e posteriormente avaliar a qualidade química deste óleo. Em um segundo momento, utilizou-se este óleo extraído na formulação de cremes hidratantes corporais e faciais, envolvendo não apenas o aspecto da inovação na indústria de cosméticos, mas também a valorização da biodiversidade regional e a promoção da sustentabilidade.
“Por fim, na última etapa do trabalho, com apoio da professora orientadora deste trabalho, Dra.Ana Cecatto, realizamos a análise sensorial dos produtos elaborados, a fim de obter informações sobre como o consumidor em potencial avalia e aceita este produto. Nesse momento podemos identificar possíveis pontos de melhoria a serem trabalhados antes do produto ser colocado no mercado”, comenta a estudante.